Em entrevista ao programa Santa em Revista, da rádio Cidade FM 107.9, o pesquisador José Antonio Milani, o Gancho, falou sobre sua iniciativa de coletar e catalogar material sobre a história do município de Santa Gertrudes e defendeu criação de museu
Entre as histórias relatas pelo pesquisador, ele comentou que Santa Gertrudes, que hoje ostenta o título de Nacional da Cerâmica de Pisos e Revestimentos, já foi a capital da telha. “No passado, as olarias que existiam em Santa Gertrudes fabricavam telhas. Tinha muito olaria. Na Rua 1, onde se inciou o município, junto com a Rua 2, só ali tinha umas sete ou oito cerâmicas. E na época Santa Gertrudes foi capita da telha!, comenta.
De acordo com ele, com a chegada da tecnologia o cenário foi se redesenhando. “Com a tecnologia chegando, deixou de se fabricar telha, acho que existe hoje somente a cerâmica Almeida que fabrica telha, e passou a se fazer o piso, o lajotão. [Primeiro] o lajotão colonial, depois veio o esmaltado. Na sequência veio a industrialização pesada e hoje nós somos o maior produtor de piso das Américas”, esclarece.
Essa é apenas uma de muitas histórias que o pesquisador coletou ao longo de sua trajetória de registro da história do município. Inclusive, Milani tem um exemplar de cada telha que já foi fabricada no município. “Todas telhas que foram fabricadas no município eu procurei nos arrebaldes, fui onde estavam destruindo casas e peguei um exemplar”, conta.
Milani revela que o exemplar mais antigo em seu acervo é uma telha de 1910. “É o exemplar mais antigo que eu tenho”, diz.
Pesquisador por vocação e paixão, ele conta que não tem finalidade o material ficar em sua posse. E desse modo sonha e defende a criação de um museu. “A finalidade é esse material estar exposto em algum lugar, para que a população veja. É ver a Santa Gertrudes de ontem e de hoje”, destaca. Milani afirma ainda que existe uma conversa bem adianta com o atual prefeito Gino (PL) para que o museu saia do papel. “Estamos conversando sobre o assunto e existe uma intenção do prefeito em dar vida ao projeto”, revela.
Para além da coleção de exemplares de telhas, Milani reúne ainda vasto material sobre diferentes frentes de pesquisa. “Eu tenho pesquisa sobre a igreja católica, por exemplo. Então eu tenho desde o início da igreja em fotos. Tenho sobre educação, quando começou a primeira escola, onde foi. Tenho pesquisas sobre saúde, desfile da cidade, futebol, futebol de salão”, revela.
São 10 frentes de pesquisas montadas, apenas esperando um espaço físico pra ser exposto para a comunidade. “Então são 10 pesquisas montadas, guardadas em pastas, tudo reservado”, explica.
Milani conta ainda que seu interesse pela história da cidade se deu no final dos anos 90. Foi durante a primeira gestão do então prefeito João Vitte que foi produzido o primeiro livro sobre a história de Santa Gertrudes. Milani fala que participou ativamente do processo de construção da publicação, que teve coordenação de uma pesquisadora da Unesp de Rio Claro. O material foi distribuído pelas escolas do município e desde então Milani nunca mais deixou de pesquisar sobre os aspectos sociais e historiográficos de Santa Gertrudes.
Os interessados em colaborar com a pesquisa, seja por meio de fotos e histórias da cidade podem entrar em contato com o pesquisador pelo o WhatsApp (19) 98142-1402.
