Ferrari, Red Bull e Mercedes, dentre outras, apresentaram seus novos carros. Temporada de 2020 promete ser emocionante
Olá amigos,
Semana cheia para quem gosta de F1, não é mesmo? Hoje, sexta-feira, foi a vez da Mercedes e Alpha Tauri, ex-Toro Rosso, apresentarem o seu carro para a temporada que vai começar dia 15 de março em Melbourne, Austrália. Antes disso, conhecemos os novos modelos de Red Bull, Ferrari, McLaren e Haas.
Pouco antes dos primeiros testes, quarta-feira, no Circuito da Catalunha, em Barcelona, Renault, Alfa Romeo, Racing Point e Williams vão expor seus monopostos para a imprensa e o público.
Obviamente há grande expectativa com relação ao que cada time poderá fazer este ano. Será que Ferrari ou Red Bull poderão romper a hegemonia da Mercedes, iniciada em 2014, a primeira da tecnologia híbrida? A escuderia alemã está invicta, conquistou os seis últimos títulos de pilotos e os seis de construtores.
Acompanhei com grande interesse o lançamento dos modelos de 2020. Até que eles vão para a pista e mostrem o que, de fato, podem produzir, se são rápidos, equilibrados, resistentes, não podemos afirmar nada. Apenas supor. E é o que me proponho a fazer agora.
Confesso ter ficado impressionado com o carro da Ferrari, o modelo SF1000. O seu nome vem do fato de a equipe celebrar, este ano, seu milésimo GP na F1, a única que disputou todos os campeonatos do mundial, desde 1950. Os coordenadores do projeto da Ferrari, Enrico Cardile e David Sanches, procuraram resolver o problema de falta de pressão aerodinâmica do carro de 2019.
Eles miniaturizaram a transmissão e compactaram o motor com seus periféricos, como os sistemas de recuperação de energia, para permitir que a carroçaria do SF1000 fosse a mais estreita possível. E conseguiram. Só não sei se o carro vai trabalhar na temperatura certa e, por conta disso, será confiável. Quando você compacta demais um projeto, em geral seus sistemas trabalham sob temperaturas mais elevadas.
Mas fiquei com a impressão de que a Ferrari pode ter dado importante passo à frente se o SF1000 funcionar bem. Os italianos foram ousados no seu projeto para disponibilizar a Charles Leclerc e Sebastian Vettel um carro avançado para enfrentar Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, da Mercedes, e Max Verstappen e Alexander Albon, Red Bull.
O mesmo podemos dizer do novo carro da Red Bull, o modelo RB16-Honda, coordenado pelo genial Adrian Newey. É o segundo da associação com a Honda. Em 2019, temporada de estreia, Max venceu três GPs. Faz sentido acreditarmos na melhora do chassi da Red Bull, em função da maior integração com o motor japonês, e na evolução da própria Honda. Assim, eu apostaria que Max vai ganhar mais GPs dos três de 2019. Quem sabe até ameaçar Hamilton, lutar pelo título, o que seria extraordinário.
Escrevi esta coluna ontem, quinta-feira, assim não acompanhei a apresentação do novo carro da Mercedes, nesta sexta-feira, em Silverstone, Inglaterra. Mas o time alemão nos permitiu ver seu carro na semana passada, quando anunciou um novo patrocinador.
Deu para ver que o grupo do diretor técnico, James Allison, como de hábito não partiu para nada revolucionário, mas o conjunto de suas soluções gerou um monoposto veloz, constante e confiável. Não é à toa que a escuderia é hexacampeã mundial.
De novo, não tenho, felizmente, bola de cristal, mas se pudesse apostar colocaria muitas das minhas fichas na eficiência do modelo W11 da Mercedes. Toto Wolff, diretor geral, foi capaz de criar e manter uma estrutura vencedora. Alguns de seus principais engenheiros foram substituídos e o regulamento mudou bastante nos últimos seis anos. Mesmo assim a Mercedes seguiu conquistando tudo.
Aposto alto que o modelo W11 manterá Hamilton e Bottas dentre os protagonistas da F1, apesar de eu projetar uma luta maior pelas vitórias nas 21 corridas do ano. Isso porque, como mencionei, a manutenção das regras e dos pneus, este ano, deverá naturalmente aproximar Ferrari e Red Bull da Mercedes.
A partir daí, os modelos dos times da F1 B, as demais fora as três melhores, devem protagonizar uma luta duríssima para terminar a temporada na quarta colocação entre os construtores, a mais eficiente depois das três, por enquanto, inatingíveis. Abraços, amigos.
(*) Zé Vitte é piloto, jornalista e correspondente internacional.